Finalmente o Nobel é nosso...
Finalmente o Nobel é nosso...
Por Marcos MonteiroO nosso destaque de hoje é para Juliana Davoglio Estradioto, primeira brasileira convidada para a Cerimônia do Prêmio Nobel e ganhadora do Prêmio Jovem Cientista 2018.
A pergunta clássica para qualquer pessoa de destaque em determinada área é: “Você sempre gostou e sonhou com o que faz? ”. E com a Juliana essa pergunta não poderia faltar ou ser diferente. Mas, por incrível que pareça, a sua resposta surpreendeu; Juliana não sonhava em ser cientista. Seu sonho era brilhar nos palcos como cantora, mas o destino reservou outros palcos e apresentações para a sua vida.
Natural de Osório, região litorânea do Rio Grande do Sul, Juliana tinha como hobby predileto observar insetos e animais durante a infância e início da adolescência. O tempo passou e o gosto pela ciência se confirmou no final do Ensino Fundamental e começo do Ensino Médio.
Em 2015, quando ingressou no Instituto Federal de Educação e Ciência, nossa Jovem ODS participou na elaboração de um projeto para evitar o descarte inadequado das cascas de maracujá. A solução foi a criação de um plástico biodegradável para mudas de plantas, o que garantiu seu reconhecimento nacional na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) no ano de 2017.
Outro grande projeto de destaque foi a sua pesquisa sobre a morte de peixes e poluição do Rio dos Sinos, que percorre 190 quilômetros do estado gaúcho, onde apontou que o problema ambiental é causado pelas atividades da industrial têxtil, que acaba descartando inapropriadamente restos de corante na água. Essa pesquisa foi apresentada em 2017, na 32º Mostratec e garantiu o prêmio de primeiro lugar em Ciências Ambientais. No ano seguinte, Juliana recebeu o prêmio Destaque Mostratec 2018 e o primeiro lugar em Gerenciamento do Meio Ambiente com a pesquisa para reaproveitar a casca da noz macadâmia como alimento para microrganismos. O reconhecimento veio logo em seguida com o convite para participar do seminário SIYSS (Seminário Internacional de Ciências Juvenis), em Estocolmo.
“O SIYSS - Seminário Internacional de Ciências Juvenis de Estocolmo é um evento que reúne anualmente 25 dos maiores jovens cientistas do mundo para um programa exclusivo de ciência e cultura na semana da solenidade do Prêmio Nobel, oportunizando conhecer os laureados, participar do jantar Nobel Banquet e visitar as empresas de ciência e tecnologia suecas, além de locais de importância cultural. Ademais, durante a semana os estudantes apresentam suas pesquisas para estudantes suecos do ensino médio e universitário. ”, explica Juliana.
E a demora para cair a ficha de suas conquistas tão jovem reflete o quanto Juliana ainda se mostra humilde perante ao tamanho de importância dos seus projetos e representatividade feminina no campo da ciência.
“Eu acho que as mulheres têm muito a Síndrome do Impostor por achar que esses lugares não são delas, mas precisamos entender que somos capazes de ocupar os lugares que quisermos. Temos que ocupar nosso espaço, temos direito a ele e ele nos pertence”, declara Estradioto.
Em dezembro de 2019, Juliana Estradioto vai apresentar sua pesquisa no seminário e acompanhar a cerimônia da premiação do Nobel. Com a emoção à flor da pele, Juliana se mostra empolgada com esse feito inédito para o Brasil. “Eu tô bem animada para participar do Nobel. É muito gratificante, não tenho palavras para a minha expectativa e para minha ansiedade. Eu tô esperando isso desde outubro do ano passado. Vai ser incrível conhecer os maiores cientistas do mundo nesse ano. Não tenho palavras, sou muito grata por essa oportunidade incrível. ”
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