Favela em evidência

Favela em evidência


Por Jeaninne Silva

O nosso convidado essa semana é Eloi Leones, diretor de comunicação do projeto Data_labe, um laboratório formado por jovens que produzem dados e narrativas sobre a favela da Maré. Segundo o jovem, nascido e criado no Complexo do Alemão, a paixão pelo que fazem e o incentivo vindo de tantas partes é o segredo para que a iniciativa tenha o sucesso e impacto que tem hoje. Multitarefas, Eloi é responsável pela parte criativa do Data_labe, também cuida da imagem do projeto, promovendo-o em diversos lugares, e planeja aulas e oficinas.

O jovem conta que passou por diversas ONGs e projetos sociais, sendo um deles a Oi Kabum!, onde fez um curso de produção de vídeos, que o motivou a participar dessas iniciativas sociais mas sempre envolvido com a área do audiovisual e tecnologias. O diretor fala que o curso o fez se enxergar como potência e a estar no lugar que está hoje. 

“Contar histórias sempre foi uma coisa que eu fiz, e aqui no data_labe eu encontrei uma maneira de juntar tudo o que eu sempre gostei de fazer, misturar com minha militância e ainda por cima replicar todo meu conhecimento acumulado pra outras pessoas. Isso pra mim é incrível.”

Eloi entende a juventude como grande agente transformador, sua inquietação traz uma grande vontade de mudanças, isso se dá mostrando a realidade do mundo em que vivemos:

"Isso não ta certo, olhem pra isso aqui!’ E hoje com a internet a gente pode ver uma mudança muito efetiva a partir da nossa maneira de mostrar a realidade pro mundo.”

Para ele, o Data_labe trabalha com diversos aspectos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, desde igualdade de gênero à consumo e produção sustentáveis. Ele acredita que o principal papel do projeto é representar estruturas e modos de fazer, afim de concretizar as mudanças necessárias. Ao ser perguntado sobre o que diria a jovens que buscam se engajar mais em causas sociais, seu principal conselho foi buscar não reproduzir métodos e modos de fazer tradicionais, que são opressores e muitas vezes se transformam em doença. Cuidado com a saúde mental é essencial para evitar esse ciclo “natural” de opressão.
“Contato e respeito com o nosso coletivo é fundamental, e com o nosso corpo e cabeça também!”

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