Colorido também tem poder!


Colorido também tem poder!


Por Jeaninne Silva

No Juventude ODS de hoje convidamos Alexandre de Freitas, um dos líderes do Coletivo LGBT + Matheusa Passarelli da faculdade de Direito da UERJ, que leva esse nome em homenagem à estudante, não binária e militante LGBT que foi morta no último ano . O jovem, nascido na periferia do estado do Rio de Janeiro, veio até a capital quando tinha 18 anos para cursar a universidade, depois de sofrer seus primeiros ataques de homofobia, que o levaram a abandonar a duas outras. “Em um dos casos, o pesquisador responsável me desligou do projeto, por eu ter me despedido de 'maneira afeminada', na outra, fui isolado na turma de engenharia mecânica depois que descobriram minha sexualidade.”, conta ele.

Ao entrar para cursar Direito na UERJ, Alexandre tomou a decisão de se especializar em atendimento jurídico pro-bono para pessoas LGBTQI+. Ele atende todos os que estivessem em situação de vulnerabilidade econômica depois de formado. Por isso, passou a se envolver ativamente na militância, tendo seu primeiro contato com o Grupo Arco-Íris e depois o Coletivo LGBTheusa, onde ele pôde realizar o projeto NPJ-GEDIVIS (escritório pro-bono de atendimento jurídico para pessoas LGBT+ em situação de vulnerabilidade social), um dos objetivos estabelecidos por ele ao entrar na faculdade. Além disso, Alexandre também já participou da Intuição Casinha, que visa oferecer abrigo a pessoas a jovens LGBTs expulsos de suas casas, além de ter também como pauta, a empregabilidade e a saúde mental.

Segundo o jovem, o movimento LGBT+ precisa ser reinventado, pois as instituições que os representam vivem em uma situação de repetição, acabam sendo desgastadas. Para que ocorra essa mudança, projetos sociais como os que Alexandre, e outros jovens estão envolvidos, são essenciais para dar essa nova roupagem:

“Tudo isso graças a jovens como eu, como a Natália Passetti, como es advogades juniores, que além de levarem ideias dos escritórios até a periferia, mudando a realidade em que vivem, dialogam melhor com os grupos que compõe nossa sociedade em toda a sua diversidade. A juventude, lato sensu, tem muitas ideias e muita criatividade. Inclusive, temos uma política interna do LGBTheusa que os mais novos devem ser responsáveis por projetos, para que eles cheguem com ideias e disposição para tocar, toda esse energia é o motor da renovação e relacionada a nossa busca por voz.”

Para ele a juventude representa uma nova política, que não é coadjuvante da história política e nem em discussões entre conservadores e progressistas. “Vemos que cada vez mais os jovens estão na dianteira disso e esse movimento é crescente, sem sombra de dúvidas. Logo, o papel dos jovens na política atual é de liderança, é de combater, é de se fazer ouvir.”

Os principais pilares da Agenda 2030 da ONU com que Alexandre de Freitas trabalha são a Justiça e a Redução de Desigualdades, mas ele também ressalta a busca por uma Educação de Qualidade, pois a LGBTfobia provém da falta de conhecimento, e além disso, parte dessa comunidade sofre com a falta de acesso a educação, sendo por vezes forçada a prostituição.

“Precisamos lutar pelo respeito e liberdade da população LGBT+ por meio dos direitos e tenho razões suficientes para acreditar que a juventude atual está preparada para isso e convergindo com a luta dos movimentos identitários.”

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